quarta-feira, 3 de novembro de 2010



Quando chegar o tempo da minha morte,

o me lamente.

o me deseje sossego.

Por favor, não diga:

– Que descanse em paz.



o estarei dormindo na rede,

mas estirado em uma cova!

o inerte... Inexistente.

Um cadáver contumaz.



o me vele, não me evoque,

o me cite em preces.

o peça por minha alma.

o chore por ter saudade,

e num lapso de caridade

esqueça-me, docemente.


o se exceda, tenha calma.

Eu já não existirei.



Quando eu me for sem ter volta

cante uma antiga cantiga de roda:

"diga um verso bem bonito

diga adeus e vá embora".


Laurene Veras

5 comentários:

Edith Janete disse...

Obrigada Laurene por compartilhar comigo essa poesia! Tão bom saber que tu és mais uma que gosta do tema morte e que por isso mesmo, AMA MUITO A VIDA!!!
Viva nós!

byTONHO disse...



Quando eu morrer,
sentirei saudades da VIDA.

É isto Edith!

Andas tão desaparecida quanto o BIER.
Porque?

be:)o!

Edith Janete disse...

Oi Tonho querido!!! Ando desaparecida por conta de dois trabalhos e um mestrado...bem doidinha... Mas o mestrado um dia acaba, eu espero!!
Bom te ver!

Alessandra Souza disse...

Lembre dessa música do Noel Rosa

Fita Amarela
Quando eu morrer, não quero choro nem vela
Quero uma fita amarela gravada com o nome dela
Se existe alma, se há outra encarnação
Eu queria que a mulata sapateasse no meu caixão

Não quero flores nem coroa com espinho
Só quero choro de flauta, violão e cavaquinho
Estou contente, consolado por saber
Que as morenas tão formosas a terra um dia vai comer.

Não tenho herdeiros, não possuo um só vintém
Eu vivi devendo a todos mas não paguei a ninguém
Meus inimigos que hoje falam mal de mim
Vão dizer que nunca viram uma pessoa tão boa assim.

Edith Janete disse...

"Vão dizer que nunca viram uma pessoa tão boa assim". Essa é a ideia!