domingo, 27 de dezembro de 2009







Os ratos falam sozinhos

Todos aqui falam sozinhos

Eu não

Eu escrevo

Não converso com esta gente louca
Que quer me enlouquecer

Meu pai que eu não tive

É Deus e só ele
O escuro da noite é mais fácil

Quando se conta a Deus

( )

Como ontem

HojeHoje (3)

Ontem se repete, como hoje.

( )

Meu pai saiu de sua luz e veio dizer-me as verdades neste escuro, me pediu
para não escrever os segredos do juízo final, segredos são sinais seguros das
verdades, disse-me o meu pai que é um grande vento gelado

Prometeu-me levar ao sonho nesta noite para que eu saiba de outros mundos
Disse-me que leia os livros e espere a vez.

( )

Sei que é mentira
Aceito-a.












5 comentários:

Cassi disse...

eu te amo amo amo
venci!
agora é mais um pouco
e corto o nó que me fiz para prender o pé!
te amo
C.

Augusto Bier disse...

Eu desenho pra não enlouquecer. Eu crio pra que a morte me espere o máximo, que fique se divertindo e permaneça distraída com minhas travessuras. E esses ratos gravados por Gustave Doré têm muito mais personalidade que Mickey Mouse...

Edith Janete disse...

Cassi, agora é se puxar e ficar dessa mesma faixa de vida! olhando de cima!
beijoca

Edith Janete disse...

Siiiiiim Bier-love!! Criar é a saída pra angústia, pode ser na arte ou na própria forma de se ver a angústia.

Blog Oficial do João Pedro Roriz disse...

Lindo! dark, absurdo, grotescamente obscuro! Lindo...

"disse-me o meu pai que é um grande vento gelado"

Muito bom!! Parabéns. Escreva sempre!