segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Finados


Este blog precisa homenagear um dia tão significativo.

Uma história comovente:

Esta história já aconteceu fazem alguns meses, mas só consegui escrever sobre ela hoje, já devidamente distanciada ,em parte, ao menos,dos afetos que ela despertou.

Uma moça de 24 anos , câncer de colo de útero, agonizava na madrugada.

A família sempre presente, sempre esperançosa. Afinal,ela era jovem, bonita, cheia de vida...

Uma noite, começou um sangramento muito forte em decorrência do câncer...

A moça se sentiu muito fraca e com dores por todo corpo.

Mas o mais chocante, para os funcionários da enfermagem e todos que estavam por perto, foi ouvir a moça gritar:

-Eu não quero morrer!!! Por favor, eu não quero morrer!!!

Fizeram de tudo. O grito se foi.

Ela morreu.


Semanas se passaram e a voz e a cena não saíam da cabeça dos funcionários...

Em um post anterior eu comentei que preferia pessoas que sabiam que a morte estava próxima e aproveitavam o fiozinho da vida que restava... E que me sentia mal com pessoas que deveriam estar cheias de vida, mas estavam mortas.

Esta história me fez repensar...

Dói demais ouvir a ânsia de vida em uma pessoa que está morrendo.

E agora??

(foto que tirei de flores de plástico de um cemitério de Dois Irmãos-RS)

2 comentários:

Augusto Bier disse...

Eu sei que a câmera é boa, mas a fotógrafa é excelente. Já o depoimento sobre a revolta com a finitude é um murro nas existências mornas. E nas outras também. Taí um blog por onde se deve caminhar lentamente...

Edith Janete disse...

Fiquei pensando nos meus posts...Não quero que as pessoas tenham medo da morte, mas se sensibilizem com a provável partida do outro. A única certeza da vida é a morte, e sabendo disso, viver cada dia como se fosse único é imprescindivel!
tenho certeza que faço isso. E meus amores e amigos sabem que eles fazem parte desta alegria! Beijo Bier!