
Poema nº 08 da série Espelhos
(da inexorabilidade da morte)
Especulastes
por séculos
e séculos
vossa santa imagem mundana
e te abrigastes num céu
que não é teu
meu poema ateu
trás da tua imagem
a (des)semelhança
nenhum Deus te habita
olha-te no espelho
este feixe de carne musculos
e luz
que te conduz e seduz
apodrece à dispensa
do que na tua mente reluz
e como aquela flor
que resplandece
nesta manhã de agosto
mesmo a contragosto
serás um dia
apenas lixo orgânico
e não haverá nenhum Deus
céu inferno paraiso
ou sei lá
a crença que for preciso
que lhe desencrave da carne
a morte.
Paulo. 2 de Junho de 2008 08:14
(da inexorabilidade da morte)
Especulastes
por séculos
e séculos
vossa santa imagem mundana
e te abrigastes num céu
que não é teu
meu poema ateu
trás da tua imagem
a (des)semelhança
nenhum Deus te habita
olha-te no espelho
este feixe de carne musculos
e luz
que te conduz e seduz
apodrece à dispensa
do que na tua mente reluz
e como aquela flor
que resplandece
nesta manhã de agosto
mesmo a contragosto
serás um dia
apenas lixo orgânico
e não haverá nenhum Deus
céu inferno paraiso
ou sei lá
a crença que for preciso
que lhe desencrave da carne
a morte.
Paulo. 2 de Junho de 2008 08:14
Um comentário:
Paulo,
como sempre um poema lindo!!
Tu és meu poeta vivo preferido!!
Ainda não achei ninguém com tua sensibilidade e proeza, tens o dom de colocar cada palavra em um lugar certeiro, onde é despertado imediatamente o sentimento.
Abraço
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