quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

História de fé

Existem noites que se tornam mais pesadas com as histórias que perambulam meus ouvidos...
Uma paciente de 24 anos, adenocarcinoma de ovário, um câncer invasivo. Tem os braços da finura de um graveto e o abdômem muito dilatado. É um caso terminal. Injusto? Pode ser, mas o que é mais difícil de acreditar: O pai da garota, que foi assim diagnosticada há mais de um ano, proibiu o médico de fazer a cirurgia da retirada do ovário e adjacências. Deus iria salvá-la. Não adiantaram as tentativas exaustivas do médico em convencê-los (o pai e a garota).
Sem solução.
A paciente, se fosse submetida a cirurgia e mais quimioterapias, teria provavelmente a chance de prolongar a sua vida.
Hoje escuto os gemidos dela , esperando a medicação que só lhe tira a dor , mas não lhe dá nenhuma expecativa de vida.

4 comentários:

sauvage27 disse...

Ciao...una pagina piena di angoscia ... non ho parole ... , .....Loris...

A página cheio de angústia ... Não tenho palavras ... , .....Loris...

Régis Antônio Coimbra disse...

Os fundamentos foram absurdos... mas o tratamento não teria muita probabilidade de retardar o declínio e muito menos de melhorar a qualidade de vida durante esse declínio... No fundo, o tratamento serve muitas vezes para dar a ilusão de que se está fazendo tudo o que é possível - o que não é de se jogar fora, mas parece que não era necessário nesse caso em particular, devido à outra ilusão em questão.

Anônimo disse...

Tenho uma prima de 38 anos que tem adenocarcinoma seroso papilífero de ovário há 4 anos. Ela aparentemente está bem, mas seu quadro é terminal. No ano retrasado o médico abriu e fechou. No final do ano passado, nova cirurgia. Dessa vez até o cirurgião ficou nervoso. Disse que nunca havia visto uma coisa daquelas. Ela estava com tudo tomado. 3 tumores foram para biópsia e deu metástase do adenocarcinoma. Aparentemente ela está bem, mas esconde sintomas. Não sabe da gravidade. Nunca soube. Talvez por isso ela se iluda tanto se autodiagnosticando à cada sintoma. Não descreverei os sintomas, mas te confesso que estou sem saber se falo com ela pelo menos da gravidade de seu quadro, já que por esconder o que sente é que tudo mchegou ao ponto em que chegou....adorei seu blog!

Edith Janete disse...

Na verdade também fico na dúvida se falamos ,ou não... No início da doença , geralmente, o paciente nega a gravidade, mas como o câncer de ovário é de muito risco de morte, as pessoas podem morrer sem nem acreditarem que isso possa ser verdade... Se fosse com um familiar meu, acho que diria que acredito em sua recuperação, mas "e SE, tu morresse...o que tu gostarias de fazer e dizer antes?"
Talvez de uma forma um pouco mais "através de flores", mas eu diria de alguma forma.