terça-feira, 22 de janeiro de 2008




Quando a morte se aproxima de pessoas conhecidas fico pensando no que eu faria se soubesse que a morte estivesse próxima:

Juntaria meus amores, meus amigos, família...

Reservaria filmes do Ingmar Bergman (para deixar uma mensagem a quem fica)...

Mais algumas comédias ...

Pediria para cada um falar um pouco sobre o que de melhor aprenderam ou pensaram a meu respeito ...

Me certificaria de estar acompanhada de bons e fortes remédios para a dor...

Escolheria uma ou duas pessoas mais chegadas para ficarem se revesando ao meu lado até eu dar meu último suspiro!


Escrevo essas palavras por que o que vejo na experiência diária não é isso...É muito difícil assumir que a morte se aproxima, parece que sempre existem mais algumas medicações que ainda não foram "tentadas"...etc..etc..


Gostaria de estar sempre trilhando o real nestas horas, por mais duro que seja.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Parto "normal" e Cesariana

Ontem escutei uma história, diria "forte", mas também pode ser triste, trágica ou até de extremo azar (como diriam muitos profissionais da saúde)...
Uma mulher grávida, 30 e poucas semanas de gestação, seu feto estava morto na barriga, além disso, estava "pélvico" (sentado), mais difícil de sair por vias naturais... Se estivesse vivo os médicos optariam por cesariana, mas morto, não havia mais o perigo do bebê morrer se ficasse preso na saída... decidiram induzir o parto (é o procedimento mais seguro -menos risco de infecção) e ela estava em sala de parto com a dilatação completa, depois de muitas horas em trabalho de parto. Saiu o bumbum primeiro, e trancou na cabeça: puxa daqui, puxa de lá... Ficou o tronco sem cabeça nas mãos do médico! A cabeça estava lá no útero ainda. Resultado: Cesariana! A pobre mulher além de ter a experiência de um parto normal ainda fez uma cesariana, e o pior, em menos de uma hora. Depois a enfermeira costurou a cabecinha junto ao corpo para poder mostrar para a mãe. Os profissionais de saúde passam por muitas situações difíceis mesmo... São raros estes momentos, mas nunca serão esquecidos.